terça-feira, 5 de maio de 2009
MATO A MATA FECHADA...
NO HOSPITAL
Na vasta enfermaria ela repousa
Tão branca como as folhas secas de uma flor
Gorjeia a sua voz ternos perfumes,
Como no boque à noite o rouxinol.
É delicada e triste. Oseu corpito
Tem o perfume castro de verbena.
Não são mais brancas as magnólias brancas
Que a sua boca tão branca e tão pequena!
Ouço dizer:-Seu rosto faz sonhar!
Serão pételas de rosa ou de luar?
talvez a neve que chorou no inverno...
Mas vendo-a assim tão branca, penso eu:
Veio repouzar nas trevas dum inferno!
(FLORIBELA ESPANCA)
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