segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

MOMENTOS MAIS QUE TEATRAIS_W!B


  Primeiro ano da Spectaculus tudo era uma maravilha,
"ai como era bom!!!" da esquerda pra direita,Giselle Oliver "a barrakeira falava tudo que vinha a sua cabeça, Jaqueline Calazans " a sensitiva, companheira era boa no que fazia sempre,Wiby Sallus o mais misterioso do grupo, quase não falava..mais quando falava...,Marco Antonio era sempre o braço direito do lider...como dizem o pescoço, o mais comunicativo o chorão do grupo muito  Franco,"Botafogo é Janaína Silva uma Lidér nata sempre metia as caras, era defensora dos fracos e oprimidos sempre contava com a ajuda dos seus amigos no qual eu acabei de citar(eramos 5), em uma festa fantasia, data inesquecivél pra todos nós!




Eu como sempre fui primeiro á me arrumar! teve as musicas, conhecemos as pessoas, nós conhecemos melhor, ficamos mais unidos uns dos outros...mais o final estar por vim..la na frente...

uma de nossas primeiras esquetys:

Janaína Á creente,
Wib Oh Alejado,
Maia Oh Chato RS,
Severina Ah Folgoza,
Marco Oh Prefeito,
Jaqueline a Secretária de Sapironga!!!
no quadro do telefone das fofocas...tem mais gente mais como naum apareceram na foto eu naum citei RS




Eu estava de Génio kkkk Tatiane e Amalricelia dividindo as cenas Huahuahau "esketi" maravilhosa, ahazamos!!!(participações especiais, Janaina, Eduardo,Maia e Caverinha)





Renatinha , Emilson, Patrick Bandy kkk e leandro Oh gago!

Morte vida Severina, naum tom bom mais valeu apena RS


Leocarla bréeeeeee!!! e Maio!dando um show de interpletação!
Robson Pebiano e Vatuze no palco!*nossa assim quando havi Vatuze pela primeira vez adorei essa menina ,foi amor a primeira vista,hoje em dia mantenho contatos com ela, já o Robson AFF, tinha odiado esse menino, a história do martelo, marcou msm, foi a primeiro impressão que eu tirei dele,depois fui conhecendo, cada dia que conheciamais gostava dele!apareça menino!



Severina e Katia, otimas atrizes!


Os severinos


Leandro Santana, Rafaela, Katia,Severina Jefferson e Leocarla!juntos no Bicho Carpinteiro!
Daee saimos pra cartaz com Lucia Coelho, olha agente aee!
Eu de padeiro da França!!uahahauha


Mão na masssa!



Ai que cheiro de alcoooo!

Passado auhauha Eu ,Jaqueline, Gisele, Willian,Janaina fazendo estagios, um dos primeiros nossos, um dos melhores tbm!

o povo costumava irr a praia ...


Curso de Inglês Alexandre botava fogo kkk Vanessa, Akemi, Jefferson! saudades!
Nossa muita gente boa, Bruno, Patrick, Marcelo,Juliana,Justins na Talentos da VEz, oh calor...a sugeira...literalmente kkk eu e a turminha do mal RS

Bons tempo, olha aPriscila aee!Diego,Munrah!!!Monique!

Elaine Alexandre e eu se arrumando pra animar o carnaval na Gavea!

Momento trava das BEschas da Spectaculus pq la naum tinha kkkk


Parcerios da Donna W, Marcelo e Alexandre!


e por ultimo o grande espectaculu que nós fizemos...nenhum dinheiro compra o que eu passei nesses meses, nessas semanas , nessas horas, os barracos, os egos...os choros, as gargalhadas...Alexandre poem a mascará! Janaína vc vai ser a Bruxa KKKK,Patrick VC naum tem fala!Marco Antonio Vc vai ser o Papai Noel RS, janaina pede por Marco Antonio sair...por causa do Julio RS, Marcelo vc vai ser a MUCAMA, calma gente eu quero ser oh...kkkkkkkkkkk



foi assim que aconteceu mais ou menos!

ELE VEM ÀS NOVE...


(de LUIZ CARLOS GÓES )



CENÁRIO - SALA DA CASA DE ZOFIA. UM ARMÁRIO, UM BAÚ, SOFÁ, MESA POSTA PARA SE COMER, CADEIRAS, QUADROS, ETC... O ARMÁRIO E O BAÚ SÃO IMPRESCINDÍVEIS. A MÃE DE ZOFIA, D. ESTERZINHA, ESTÁ NO TELEFONE.



ESTERZINHA

(NO TELEFONE) Sei... Agora? E aí? Sei... não, não, ela está melhor... Não, é só sistema nervoso... E eu? Eu estou a ponto de explodir... Corro perigo... Você tem que tirá-la disso! Não se esqueça que estamos nisso até a cabeça, querido... (OUVE-SE O BARULHO DE CHAVE NA FECHADURA) Olha, eu tenho que desligar... É, ela está chegando!



ENTRA ZOFIA. TRINTA A TRINTA E CINCO ANOS, MORENA E BONITA. É FEBRIL, NERVOSA, MUITO PERDIDA E CRIANÇA. NÃO SE PODE TOCAR NA SUA IDADE QUE ELA ENTRA EM PARAFUSO. ESTÁ EXCITADÍSSIMA E ALEGRE.



ZOFIA

Oi, mãe! Que lindo dia!



ESTERZINHA

Oi, Zofia. Não gosto de te ver alegre assim, filhinha...



ZOFIA

(NERVOSA) Por que? Estou incomodando?



ESTERZINHA

Não, querida... É que hoje é sexta-feira, e convenhamos, pra que tanta alegria?



ZOFIA

Desculpe. Tinha me esquecido que nessa casa é proibido ser feliz...



ESTERZINHA

Não se trata disso, Zofia. É que a alegria é irmã gêmea da histeria... Você não quer ser considerada histérica, quer, querida?







ZOFIA

Eu, hein, não vejo como poderia!... Uma pessoa serena como eu! (OLHA A JANELA, FICA DE NOVO FELIZ E COMEÇA A DANÇAR PELA SALA) Que dia! O sol, mamãe, me olhou e sorriu pra mim...



ESTERZINHA

(MEDO) Sorriu ou riu?



ZOFIA

(A OLHA FULMINANTEMENTE POR UM SEGUNDO) Bem... e o mar quando eu passei no calçadão, pensativa, murmurou: “Zofia... Zofia...”



ESTERZINHA

(MEDO) Cuidado com os chamados do mar, Zofia... Iemanjá é muito possessiva! A areia perto da arrebentação sempre amanhece juncada de cadáveres.



ZOFIA

(NERVOSA) Mamãe! Logo hoje, nessa sexta-feira divina em que tudo de bom me aconteceu?



ESTERZINHA

(NERVOSA) Que tipo de coisa boa é que pode ter lhe acontecido? (PARA ELA MESMA) Controle-se, Esterzinha... (ALTO, PARA ZOFIA) Olha as ciladas da mente, Zofia!



ZOFIA

(NERVOSA) Mamãe! Será que eu não posso ter esperanças pelo menos num dia?



ESTERZINHA

Pode. Mas, não agora. Você precisa de repouso, querida...



ZOFIA

Mamãe! Eu não estou doente! Catapora, coqueluche e cachumba foram as últimas doenças que eu tive! E isso quando eu tinha cinco... cinco aninhos!







ESTERZINHA

(PARA ELA MESMA) Calma, Esterzinha... (ALTO) E como estava seu tio, Zofia?



ZOFIA

(CONFUSA) Pelo amor de Deus, não pula de assunto tão violentamente, que eu fico zonza, mamãe...



ESTERZINHA

Ele te examinou?



ZOFIA

Bem, exames de rotina... Não sei, ele sempre fica arrasado quando eu estou feliz. Acho muito esquisito! Afinal, além de meu tio, ele é meu médico! Devia ficar enternecido por me ver feliz...



ESTERZINHA

(NERVOSA) Ternura é um sentimento muito doloroso, Zofia! Seu tio não tem mais idade para passar por isso! (PARA ELA MESMA) Seja firme, Esterzinha... (ALTO PARA ZOFIA) Por que, em nome de Oxalá, você está tão feliz?



ZOFIA

(FICA BREJEIRA, MISTERIOSA) Ah! Está notando, não é? (SEGURA AS PONTAS DO VESTIDO E FICA RODANDO PELA SALA.) Olha, é segredo! Mas como você é minha mãe, eu conto! Só pra você, ouviu?



ESTERZINHA

(PARA ELA MESMA) Ouça calada, Esterzinha... (ALTO PARA ZOFIA) Então conta, Zofia!



ZOFIA

(NA MESMA HORA FICA EXCITADÍSSIMA. ESTERZINHA FECHA OS OLHOS DE ANGÚSTIA) Agora, jura primeiro que não vai sair espalhando por aí...



ESTERZINHA

(FRIA) Não tenho mais amigos, Zofia... Mudamos da cidade onde sempre vivi e onde tínhamos amigos... já se esqueceu, Zofia?







ZOFIA

(ESPANTADA, COM MEDO) Eu, hein! Você está louca, mamãe? Nada mudou! Nós ainda estamos morando no Rio! (NERVOSA) Já lhe avisei que eu não gosto que você fale assim!



ESTERZINHA

(NERVOSA) Eu vou tentar, Zofia...

ZOFIA

(EXCITADÍSSIMA DE NOVO) Bem, então vou contar. Antes de ir no titio, eu fui ao banco tirar dinheiro para a consulta, que aliás é caríssima... pois é, quando eu estou no caixa, um cliente distraído me esbarrou, e como eu também estava distraidíssima, eu logicamente caí no chão... (ESTERZINHA FECHA OS OLHOS DE ANGÚSTIA) A senhora sabe como eu sou frágil, não é? Meu apelido no colégio era “Porcelana”... Pois é, aí quando o tal cliente me deu a mão para ajudar-me a levantar nossos olhares se encontraram, ele passou a mão no meu cabelo louro, e eu senti que dessa vez ia ser para toda a vida...



ESTERZINHA

(SE DESCONTROLANDO) Você não é loura, Zofia! Nunca se esqueça disso! É muito importante, minha filha! (ZOFIA A OLHA ESPANTADA. ESTERZINHA SE ACALMA) Onde é esse banco, Zofia?



ZOFIA

(NERVOSA) Não seja ridícula! Nós moramos no Rio! Eu não iria a Belo Horizonte para sacar dinheiro, iria? (MAIS NERVOSA) Mas será possível? Eu te conto que eu encontrei o amor da minha vida, e você nem liga!



ESTERZINHA

(NERVOSA) Ligo! Ligo muitíssimo! (PARA ELA) Não estivesse eu ligada numa tomada e por um fio... Não pensa, Esterzinha... (ALTO E DESARRUMANDO E ARRUMANDO A CASA CASUALMENTE) ...E como é ele? Como se chama? O que faz ele para viver, Zofia?



ZOFIA

(EMPURRANDO A MÃE NUM SOFÁ E SENTANDO-SE NO COLO DELA) Ah, mamãe, ele é lindo... Tem um bigode louro, fino, ralo, parecendo uma penugem... uns olhos verdes lindos... se chama Fernando... Você não acha mamãe que Fernando é um nome verdinho, parecendo grama novinha? ...Somos um casal lindo... os dois, lourinhos...



ESTERZINHA

(EMPURRANDO ZOFIA E LEVANTANDO-SE) Esquece essa cor de cabelos, Zofia...! Pode ser perigoso pra nós...!



ZOFIA

(SONHADORA) ...O cabelo de Fernando parece espigas de milho, se dobrando à brisa do verão...



ESTERZINHA

(IRRITADA) Não há brisa no verão, pelo contrário, o verão é abafado, Zofia! O sol do verão queimaria as tais espigas de milho!



ZOFIA

(NERVOSA) Mas que falta de lirismo! Me deu até vontade de tomar um drinquezinho... (TIRA DA BOLSA UMA GARRAFA DE UÍSQUE E UM COPO. ENCHE O COPO E VIRA SEM FAZER CARA FEIA. A MÃE FECHA OS OLHOS DE ANGÚSTIA)



ESTERZINHA

(NERVOSA) Você acha prudente beber, Zofia? (PARA ELA MESMA) Não me toque em bebida, Esterzinha! (ALTO PARA ZOFIA) Não se esqueça que você fica muito feia, bêbada, Zofia!



ZOFIA

(IRRITADA) Usa-se antes de sair, tomar uns drinks... e eu não sou de beber, Esterzinha... (ENCHE O COPO E VIRA)



ESTERZINHA

E o principal você não me falou, querida... O que Fernando faz para viver, Zofia?



ZOFIA

(ALEGRE DE NOVO) Adivinha? Duvido você adivinhar, mãezinha... Ele é caminhoneiro, Esterzinha! (FICA DENGOSA. ESTERZINHA VIRA A CABEÇA PARA OUTRO LADO DE ANGÚSTIA.) E tem mais uma coisa que eu quase não te digo...



ESTERZINHA

Não lute contra você. Não me diga, Zofia!



ZOFIA

(ALEGRE) É claro que eu digo, mãezinha. (ESTERZINHA FECHA OS OLHOS DE ANGÚSTIA) Por certos toques que ele me deu... eu acho... acho não, tenho certeza que ele quer viver para sempre comigo!



ESTERZINHA

(SE DESCONTROLA E GRITA) Nunca mais diga isso, minha filha! Não entre por esse caminho!



ZOFIA

(NERVOSA, TOMANDO MAIS UM GOLE) Eu hein, que caminho? Se ele quiser casar, eu caso! Eu estou louca para me ver livre dessa casa! Desculpa.... mas eu estou louca para me ver livre da senhora, mamãe!



ESTERZINHA

(PARA ELA MESMA) Seja forte, Esterzinha! (ALTO, NATURAL) Marcaram o quê? Vão jantar, passear, o que, Zofia?



ZOFIA

(CONFUSA) Ele vem me buscar... Ele vem... Quero dizer... Talvez queira conhecer a senhora... Talvez, quem sabe, fazer o pedido... (TOMA MAIS UM TRAGO)



ESTERZINHA

(AFLITA) Será, Zofia?



ZOFIA

(CHOROSA, NERVOSA) Mas que abutre que a senhora é, hein, mãezinha! Eu não vou imitá-la, eu não vou ser infeliz! (BEBE MAIS UM E COMEÇA A ANDAR NERVOSA PELA SALA.) Cristo! Quando terminará esse calvário? Viver com uma velha, o tempo todo com inveja de você... Ah! Tem dó!



ESTERZINHA

(CANSADA) Pelo contrário, Zofia... Eu jamais quereria ser você, minha filha...



ZOFIA

(VIRANDO MAIS UM ) É claro que você tem inveja!... Todo homem que se interessa por mim, você bota o olho em cima! (GRITA) Mas, dessa vez vai ser diferente! Fernando virá e eu e ele vamos fugir!



ESTERZINHA

De quê? De você, Zofia? Não fuja de você, porque você sempre se achará, minha filha...



ZOFIA

(TAPA OS OUVIDOS E GRITA) Não vou ouvir! Não vou ouvir!! (OLHA PARA O RELÓGIO) Meu Deus, oito e meia e eu ainda estou de papo com você, Abobrinha! Que nervoso, meu Deus! (BEBE MAIS UM. CORRE PARA O BAÚ.) Tenho que começar a me vestir... Estou atrasadíssima... (PEGA UM VESTIDO E VÊ QUE O VESTIDO ESTÁ TODO MANCHADO DE SANGUE. GRITA ALTÍSSIMO) Que horror é esse? Meu Deus, meu vestido novinho, todo manchado de sangue!



ESTERZINHA

(FICA DE UMA CAUTELA SINISTRA) Você não se lembra, Zofia?



ZOFIA

(GRITANDO) Claro que não, cretina! (CHORA) Meu vestido novinho... Comprei ontem de manhãzinha... (CORRE E PEGA A GARRAFA E DÁ UM GOLE NO GARGALO.)



ESTERZINHA

(NERVOSA) Não foi nada, minha filha! Suas regras vieram na rua e você borrou o vestido... (A OLHA PENETRANTEMENTE) ...Esse vestido tão novinho... não é, Zofia?



ZOFIA

(GRITANDO) Nojenta! Eu não me lembro de nada disso! Eu nunca usei esse vestido!



ESTERZINHA

(CANSADA) Põe outro vestido. De qualquer maneira esse não combinava contigo... É de um branco muito vivo... Põe aquele vestido cor de chumbo... Combina mais com a sua natureza, querida...







ZOFIA

(SE ENCAMINHANDO PARA ESTERZINHA, QUE VAI RECUANDO) Má! Isso é o que você é, galinha velha! Você se destruiu e quer me ver destruída! (FICAM RODANDO EM VOLTA DA MESA.)



ESTERZINHA

(TENTANDO) Você está ficando com olheiras... Você está começando a ficar muito abatida! Vá se deitar, que eu explico ao Fernando que você não está se sentindo bem, minha filha...

ZOFIA

(GRITANDO) Eu estou ótima! Pare de tentar me convencer que eu vou morrer, mamãe!



ESTERZINHA

Afinal... você vai botar que vestido?



ZOFIA

(CONFUSA) O quê? Quero dizer... Sobre o que você está falando, sua fascista?



ESTERZINHA

Põe o de “pois” rosinha... Fica lindo em você...



ZOFIA

(AINDA CONFUSA) É, é... fica lindo! Meu Deus, nove horas, e eu ainda assim! Não vai dar tempo de eu me arrumar!... Acho que vou de jeans...



ESTERZINHA

É... o de “pois” fica lindo em você...



ZOFIA

(NERVOSA) Fernando me disse que era pontual... Ele já de via estar aqui...



ESTERZINHA

(PARA ELA MESMA) Tenha jogo de cintura, Esterzinha... (ALTO PARA ZOFIA) Vá botar uma maquiagem, que eu vou ver se a carne já está assada, Zofia.







ZOFIA

(GRITA) Não vou botar nada! Se ele me quiser será assim! (SE OLHA NO ESPELHO EM CIMA DA CÔMODA) Se bem que eu poderia facilitar um pouquinho...



ESTERZINHA

(NERVOSA) O importante é você ficar calma, e esperar tranqüila... Se por acaso, ele não vier, é porque alguma coisa de muito séria deve ter acontecido...



ZOFIA

(NERVOSA) E o que poderia ter acontecido? Um desastre, talvez? O caminhão bateu, capotou, e ele está preso nas ferragens, na Avenida Brasil?



ESTERZINHA

(TAMBÉM NERVOSA) Ou então, atropelado no Getúlio Vargas! Quem sabe? Quem saberá, Zofia? O importante é você saber que sempre existirá um amanhã, minha filha!



ZOFIA

(NERVOSÍSSIMA, QUASE CHORANDO) Só haverá um amanhã com ele, mamãe! Ele é o meu ticket para a aventura... Ele é o meu empurrão para a generosidade... Como o peito dele é largo, mamãe... Dá para mil corações...



ESTERZINHA

Esse homem não é normal, Zofia... (PARA ELA MESMA) Não chore... Não ceda à emoção, Esterzinha...



ZOFIA

(BEBE MAIS UM GOLE E OLHA PARA O RELÓGIO) Nove e meia... Nove e meia... (COMEÇA A ANDAR PELA SALA) Nove e meia...



ESTERZINHA

(OLHA O RELÓGIO) Dez horas.



ZOFIA

(A OLHA ESQUISITO, COMEÇA A TER UNS TIQUES) O que você sabe? (COMEÇA NOVAMENTE A ANDAR EM DIREÇÃO À ESTERZINHA QUE COMEÇA A RECUAR.) Pelo seu olhar, você sabe de algo... Você nos viu juntos? Você nos seguiu? Você esperou eu ir embora para falar mal de mim com ele?



ESTERZINHA

(AFLITÍSSIMA) Lembre-se, Zofia!... Dez e meia...



ZOFIA

(ÓDIO, HOMICIDA) Zofia... Não podia ter me chamado de Sofia? Tudo poderia ter sido tão mais fácil...



ESTERZINHA

Só agora eu sei... Eu deveria tê-la chamado de Sofia... Mas que culpa tenho eu? ...Eu só queria distingui-la... (PARA ELA) E pra quê, Esterzinha? (ALTO) Calma, minha filha... Lembre-se, Zofia...



ZOFIA

(FIXA) Não há nada para lembrar... Você fez alguma coisa para o Fernando não vir... Mas sabe o que eu vou fazer? Vou esfaqueá-la, mamãezinha querida...



ESTERZINHA

Você sabe que não temos facas aqui em casa.



ZOFIA

Eu tenho um punhal na bolsa... que eu guardava para lembrar de você de vez em quando...



ESTERZINHA

(NERVOSÍSSIMA) Eu vou telefonar para seu tio!... Zofia, acredite em mim... É só você se lembrar, minha filha... Enfrenta a vida, Zofia!



ZOFIA

(ÓDIO FIXO) O tempo todo tão segura de que ele não viria, não é?... (PROCURA NA BOLSA O PUNHAL, ACHA E VOLTA-SE TRIUNFANTE PARA A MÃE) Dessa vez você foi longe demais...



ESTERZINHA

(GRITA) Nós não estamos no Rio, Zofia! Será que você não vê? Nós estamos no mato, minha filha! Isoladas! Não há ninguém há quilômetros, a não ser seu tio... (CHORANDO) Não há calçadão, não há mar, não há sol, Zofia... (CHORA MUITO)



ZOFIA

(HORRORIZADA) Louca... Você ficou louca! Você é uma víbora! Você quer me confundir... Quer que eu fique catatônica...



ESTERZINHA

(CORRE, PEGA UM ESPELHO E PÕE NA CARA DE ZOFIA, GRITANDO) E você? Você lá é loura, Zofia?



ZOFIA

(GRITA) Você pintou meu cabelo...! Quando foi, carrasca? Você deve ter aproveitado enquanto eu estava dormindo! (URRA) Vou esfaqueá-la várias vezes, depois vou fugir com ele! Ele foi meu primeiro e único homem, Esterzinha! Eu dei, ouviu? Eu dei a tarde toda pra ele! Eu fiz de tudo, tudo o que esse homem me pediu! Eu fui à sarjeta! Ele me ama! Se não fossem suas intrigas, ele já estaria aqui! (CORRE ATRÁS DE ESTERZINHA, QUE CORRE, DERRUBANDO CADEIRAS, MESAS, NA FRENTE DE ZOFIA, QUE URRA.)



ESTERZINHA

(GRITANDO) Um momento, Zofia! E se eu te disser, que eu já sabia de tudo, você se lembraria?



ZOFIA

(CORRENDO OFEGANTE) Pára com isso! Deixa eu te matar em paz, mãezinha! Não tente me cansar, desgraçada, pára com essa correria! (PÁRA, SEM FÔLEGO. PARA ELA MESMA) Eu estou fumando demais. (ACENDE UM CIGARRO NERVOSÍSSIMA)



ESTERZINHA

(CAUTELOSA) Zofia, você precisa voltar à si, minha filha! Quando chega sexta-feira, eu já fico à ponto de morrer, minha filha! Toda sexta-feira você tenta acabar comigo!



ZOFIA

(EMPUNHANDO A FACA) Ah, mas hoje eu vou conseguir! (CORRE ATÉ ESTERZINHA, QUE CORRE E COLOCA A MÃO NA PORTA DO ARMÁRIO)



ESTERZINHA

(GRITANDO) Pára, Zofia! Eu vou abrir!





ZOFIA

(PÁRA E TAPA O ROSTO COM AS MÃOS, GRITA) Não, não!



ESTERZINHA

(SEGURANDO A PORTA DO ARMÁRIO) Tente se lembrar, Zofia... Há três meses... no Rio... Você tinha ido ao banco... Você conheceu um homem... Fernando...



ZOFIA

(OBSTINADA, SINISTRA) Isso aconteceu hoje, Esterzinha!



ESTERZINHA

(GRITA) Não, Zofia... Isso foi há tempos... Você ainda era loura, filhinha... Vocês se conheceram, foram à um motel... Você tinha medo de jamais amar, minha filha... Você realmente fez tudo o que ele pediu... Você chegou em casa toda marcada, Zofia...



ZOFIA

(ENFURECENDO-SE DE NOVO) Já te avisei, acho melhor você parar com isso...



ESTERZINHA

(GRITA) Não dá mais, Zofia! Você tem que se lembrar, minha filha! Você o convidou para jantar, porque achou que iria fazer muito mal à mim... E fez, Zofia... Como fez, Zofia... Vocês foram bebendo, bebendo, você foi ficando excitadíssima, e Fernando, cada vez mais sarcástico, mais e mais imoral na minha frente e, você agressivíssima como sempre! De repente, gratuitamente você me disse que Fernando tinha vindo lhe pedir a mão... Meu Deus, Zofia, ele só queria se divertir com você... Naquele dia! Ele tinha família!



ZOFIA

(SE LEMBRANDO DOLOROSAMENTE, REVIVENDO DENTRO DELA) Depois de tudo o que ele tinha me obrigado a fazer... (ESCONDE O ROSTO NAS MÃOS E GRITA) Como eu apanhei, mãezinha!... (GRITA) Ele tinha que ficar! Ele tinha que matar a família!



ESTERZINHA

(NARRANDO MEIO PRA SI) Quando o olhei, ele estava te olhando e rindo... (ZOFIA GRITA E PEGA A FACA) ...e começou a rir, a rir, a rir, e eu lhe implorava para parar, ele ria, ria, e eu comecei a gritar, e ele foi ficando vermelho, até que eu olhei para você e vi: vi o monstro que tinha surgido...



ZOFIA

(GRITANDO) Ele rindo, rindo! Meu Deus, ele ia morrer de rir de mim! Se eu não me apressasse e não o matasse antes, não é mãezinha?



ESTERZINHA

(NARRANDO AINDA EM SONHO) Você gritou, correu, pegou um facão na cozinha... ai, Meu Deus... Foi horrível! (ZOFIA GRITA) ...aquele sangue espirrando, nos manchando... aquele ruído de enfiar... os sons roucos que ele fazia, depois um som gorgolejante horrível, minha filha!... (CHORA MUITO) Nós fugimos! Estamos fugidas na fazenda do seu tio! Lembra, estamos numa casa separada! Ele não quer me ver. Ele acha que eu deveria ter ido à polícia. Só nos falamos por telefone... Você até escureceu o cabelo, Zofia!



ZOFIA

(VÊ-SE QUE ESTÁ NOS LIMITES DE SUA RESISTÊNCIA. GRITA:) Tudo mentira! Você me repete sempre essa história, para que entre na minha cabeça, assassina! Ele vem, e hoje você é a vítima! (VAI COM O PUNHAL PARA MATÁ-LA.)



ESTERZINHA

(ABRE O ARMÁRIO E GRITA) Ele já está aqui! (DE DENTRO DO ARMÁRIO ELA TIRA UMA CABEÇA MEIO DESCARNADA, MAS AINDA COM CABELOS. UMA CABEÇA DECEPADA DE HOMEM. ZOFIA OLHA E GRITA, GRITA, GRITA. CAI NO CHÃO, TAPA O ROSTO E FICA CHORANDO BAIXINHO. DE REPENTE LEVANTA AS MÃOS, PEGA A CABEÇA E SE ABRAÇA COM ELA E FICA NINANDO-A, CANTANDO BAIXINHO. LÁ FORA RELÂMPAGOS EXPLODEM. ESTERZINHA AJOELHA, A ABRAÇA E FICA NINANDO-A MURMURANDO BAIXINHO. NINANDO ZOFIA:) Ele já veio, ele já veio, filhinha...





FIM

Patrick Wolf

Paul Philippe Schortemer

NUMERO

DAVID GANDY 2



*HISTORIAS EM QUADRINHOS EROTIKAS*

*BRINDY*

Ilustração de Fernando Vicente


Era uma vez em Madri…Fernando Vicente e suas ilustraciones (uh). Muito legal o trabalho de pin ups que podem servir obviamente para nos inspirar num trabalho de desenho de moda pelo seu estilo cinquentinha. Além destas chicas, gostaria de salientar os trabalhos feitos com anatomia (vanitas) que é puro charme. Aliás, as modelos deste espanhol são sim, muito parecidas com figuras de moda.


As obras deste autor são bem variadas. Destaquei as que considero com mais afinidade para o nosso tema (desenho de moda).
Um desenhista deve ter um amplo referencial, não só para achar o seu estilo, mas para poder variar também, como faz o Fernando Vicente, que, segundo a Revista Ilustrar (ed. 14) mantém 6 (seis!!!) blogs sobre assuntos relacionados às suas diferentes obras.


http://www.fernandovicente.es/