segunda-feira, 22 de março de 2010

Me olho no espelho.



Encontro-me em um lugar abafadiço
Caminhando em estradas lamacentas.
Em meio a uma multidão, e por isso,
De singularidade, sinto-me sedenta.
Leio os filósofos da Grécia antiga.
Leio Nietzche, Shopenhauer e Spinoza
Em busca de algo que consiga
Deixar-me, ilusoriamente, virtuosa.
Nego-me do prazer de amar
Nego-me o choro e o riso
Enlouqueço de tanto pensar:
Será que mereço o Paraíso?
Olho-me no espelho, na tentativa
De encontrar vestígios da perfeição
Não me conformo em estar viva
E ser só mais uma na multidão.
Tento ser perfeita, mas me iludo
Torno-me igual aqueles quem eu repudio
Tento mudar, mas não mudo
E a perfeição, novamente,
eu adio.

autor anonimo

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