segunda-feira, 10 de maio de 2010

VELHINHA_FLORBELA ESPANCA


Se os que me viram já cheia de graça

Olharem bem de frente em mim,

Talvez, cheios de dor, digam assim:

“Já ela é velha! Como o tempo passa!...”



Não sei rir e cantar por mais que faça!

Ó minhas mãos talhadas em marfim,

Deixem esse fio de oiro que esvoaça!

Deixem correr a vida até o fim!



Tenho vinte e três anos! Sou velhinha!

Tenho cabelos brancos e sou crente...

Já murmuro orações... falo sozinha...



E o bando cor-de-rosa dos carinhos

Que tu me fazes, olho-os indulgente,

Como se fosse um bando de netinhos...

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